27 de set. de 2010


"Nenhum vencedor acredita no acaso."

24 de jun. de 2010


"Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar o rei do espaço infinito..."

24 de mai. de 2010
















Buscamos um equlíbrio cujos extremos são clichês.

20 de abr. de 2010

TuDoNaDa


Quando nasci, um médico doido,
desses que fazem parto,
disse: chora criança!

mendigos espiam os ternos
que assistem à tv
O céu talvez fosse azul
se houvesse sustentabilidade

o ônibus passa cheio de mercadorias
verdes, amarelas e azuis
para que tanto produto, meu Deus, pergunta meu bolso
porém meus olhos não perguntam nada
mercado financeiro, por que me abandonaste
se sabias que tinha que ser regulado
se sabias que o Estado tinha que agir

Mundo mundo vasto mundo,
se me chamassem por nome
não seria burocracia, seria humanização
mundo mundo vasto mundo
entao de que valeria meu CPF?















10 de abr. de 2010

A arte do silêncio


Infeliz daquele que tenta, por meio de palavras, sua definição perante outros; o silêncio é o mestre das mentes, ele tudo desvenda, mastiga e gospe. Disseca.


21 de fev. de 2010

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,

o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Consoada

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.